Chapéu frutinha, bolsa de miçangas e sapato stiletto. |
Além de Dior, outros mestres da costura internacional ditam a moda que irá pontificar também nas noites de gala brasileiras: Falh, Pierre Balmain, Rouff, Griffe e Lanvin. Nos anos 50, os mais procurados modistas brasileiros viajam frequentemente a Paris: José Ronaldo, Nazarelh, Paulo Franco (da loja Vogue), Elza Haouache, Mme. Rosita, Jacyra, DoI1, Canadá, Mme. Janrot. Chemisiers de lingerie. saias plissadas e tecidos sintéticos (nylon e rayon) são algumas das inovações. Grandes magazines, como o Mappin, popularizam a "alta moda", através do crediário. E o começo do prêt.à-porter.
O primeiro era um vestido acinturado, de saia larga, preso na frente e com cinto fantasia atrás (martingale). O segundo, um conjunto de saia (justa) e casaco, usado com blusa ou jabot (preso no pescoço, cobrindo só a frente). "Estes modelos são confeccionados em tweed, drap, aleoulaine e tecidos grossos ou lisos.
Chanel de tecido “vedette” rosa Da Rhodianyl e lã, 1960. Vestido chemisier de flanela de lã, outono 1964. Saia ampla no modelo francês de 1960. |
Os "tubinhos" substituiram babados e enfeites de rendas por franjas, espirais e correntes douradas. A liberação atingia as praias, e, em 1963, as moças desfilavam, pela primeira vez, com maiô de duas peças. Ainda não era o biquíni, mas já provocava escandâlos e desaprovação das famílias. Outro lançamento que causou sensação na época foi a calça Saint-Tropez, com cintura baixa e que deixava a mulher com o umbigo de fora.
Em meados da década de 60 começa a aparecer a moda unisex. |
Escândalo e polêmica |
Mesmo assim, as mulheres ansiavam por mudanças, e estas começaram a acontecer em 1965: as saias tomaram-se mais curtas, numa moda rodopiante e alegre, suave e viva ao mesmo tempo. Nessa época, por influência da arte, os estampados também mudaram: os vestidos obedeciam à linha Op (da Op Art), com motivos geométricos. Os temas gráficos substituíram as estampas de flores, frutas e listras dos anos anteriores, bem como a febre de bolinhas do início dos anos 60.
É a partir do começo dos anos 60 que o prêt-à-porter vai chegar de alguma maneira à verdade de si mesma, concebendo roupas com um espírito voltado à audácia, à juventude, à a novidade do que a perfeição. Uma nova espécie de criadores se impôs, não pertencendo mais, fenômeno inédito, à Alta custura.
Mas o maior sucesso foi a criação da moda jovem de 1965/66, por influência dos Beatles.
Vestido cor de rosa com recorte na frente e malha canelada. Calça e jaqueta de malha tergal vermelha. Lindas e práticas as saias longas são mais femininas. |
A mini, vinda dos anos 60, teve uma overdose e virou micro antes de perder a vez para o short, a midi e a máxi. Do short (também conhecido como hot pants) disse o árbitro da elegância, Ibrahim Sued: "O short, para quem não tem bom gosto, tem uma vantagem, você o usa para cozinhar e, se tiver que fazer compras à tardinha, pode sair com o próprio". (Manchete, fevereiro de 1971)
Saia longa própria para todas as ocasiões em algodão crú com grandes bolsos. . |
A midi transformava instantaneamente qualquer mulher numa matrona, mas Bianca Jagger usava com saltos plataforma e tudo bem. Mas a máxi acabou imperando e, em todos os materiais possíveis e imagináveis, trafegou livremente entre caretas e desbundadas. Só era complicado quando chovia. E na hora de pegar ônibus.
Calça de tergal com listras bem finas, bolsos horizontais bem junto do cós. |
Estilo glan: menino ou men |
Foram nos anos 70 que os sapatos plataforma voltaram à moda, renovado por adornos, e unissex. Aliás, o modo unissex de vestir se fortalece no final dos anos 70 e início da próxima década. Shorts curtos, botas de diversos tamanhos, saltos grossos e acessórios são apenas alguns exemplos desse novo modo de encarar o feminino/masculino, sem falar nos tênis, trazidos pelos esportes que cada vez mais conquistavam adeptos.
O exagero, marca da década, nos sapatos e acessórios. |
Luxo, poder e status podem definir com exatidão os desejos dessa década. |
Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento.
A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaram-se paraíso dos consumistas.
Mas, não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por todos os cantos, onde os frequentadores iam com suas polainas e collants para as aulas de aeróbica, movidas por músicas dançantes e ritmadas, com temática comum: ginástica, poder, sucesso.
O jeans alcança seu ápice e ganha status em versões informais com linhas mais suaves |
Influenciando as roupas, o espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Este último também fez ressurgir a moda de calçados baixos, como os mocassins, tanto multicoloridos como clássico.O "molhado", conseguido com gel e lookmousse para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos quanto se conseguisse deixá-los.
A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes. A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram
maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhoueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia. A moda masculina seguiu o mesmo estilo, com ternos folgados e
calças largas. Para os acessórios, tamanho era sinônimo de atualidade.
Capacete de pois: criação espirituosade David Shillin |
Tênis: calçado para toda hora |
A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo livre e despudorado. O Punk, New Wave e Break também merecem destaque.
Em um universo tecnológico (o Atari surgiu nessa época), a moda também inspirou-se no Japão, emergente com suas novidades, e em tudo o que fosse eletrônico... neons, computadores, automáticos.
A febre fluor e as coqueluches dos anos 80: sapatos doksides para eles e sandálias Melissa para elas. |
Fontes: Nosso Século - Editora Abril / O Império do Efêmero - Companhia das Letras
Enciclopédia da Moda - Companhia das Letras / O Design do Século - Editora Ática
Almanaque Anos 70 - Ediouro / Almanaque Anos 80 - Ediouro / www.modapoint.com.br
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