Atendendo a pedidos a memória desafia o tempo em busca de nossas melhores lembranças. Graças a ela, uma simples imagem é suficiente para que toda magia de um instante nos invada novamente e, num processo rejuvenescedor, acabe revelando que na maioria das vezes, o que julgamos perdido, está somente guardado a nossa espera. E como a nostalgia é um estado de espírito presente somente em quem viveu momentos felizes, o Acervo resgata uma coletânea de títulos que vão do clássico ao contemporâneo e são endereçados a todos que nos escrevem lembrando de momentos tão especiais de suas vidas. Aos amigos, nosso muito obrigado.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

I Guerra Mundial


Após a queda de Bismarck em 1890, o Segundo Reich, dirigido pelo Kaiser Guilherme II, abandonou o sistema de alianças defensivas, orientando-se para uma política de expansão pela força. Tendo alcançado notáveis progressos na economia e em sua marinha de guerra, o Kaiser passou a cultivar a idéia de expansão imperialista e da necessidade de uma partilha equitativa dos territórios ultramarinos.

Serviço militar obrigatório, patriotismo fanático e tensões
criadas pelo imperialismo estabelecem as bases para a guerra
A sociedade alemã estava estruturada de acordo com os rígidos valores do militarismo prussiano, segundo os quais era fundamental a obediência cega do indivíduo ao Estado. Portanto, não foi difícil ao Segundo Reich conseguir o apoio popular para seus agressivos planos de investida ao exterior - a chamada Weltpolitik.

O ideal de superioridade da cultura e da "raça" germânica difundiu-se rapidamente. Com isso fundaram-se clubes patrióticos, sociedades militares e associações conservadoras, que propagavam a guerra e a rejeição dos acordos internacionais. Essa época de corrida armamentista e de ausência de guerras na Europa - entre 1870 e 1914 - ficou conhecida como a Paz Armada.

Guilherme II
A desigualdade de desenvolvimento das nações capitalistas européias acentuou a rivalidade imperialista. A disputa colonial marcada por um nacionalismo agressivo e pela corrida armamentista expandiu os pontos de atrito entre as potências. Os tratados secretos e parciais aproveitando-se dessas rivalidades fizeram fracassar os sistemas de alianças já que ampliaram as crises e o risco de guerra.

A Europa estava dividida em dois blocos. A Alemanha, a Áustria-Hungria e a Itália formaram a Tríplice Aliança enquanto uma aliança militar entre a França, a Rússia e Inglaterra formavam A Tríplice Entente.

Francisco Ferdinando
O assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando herdeiro do Império AustroHúngaro por um nacionalista da Bósnia (região reivindicada pela Sérvia) desencadeou a Primeira Guerra em razão dos tratados e alianças da Paz Armada. A rivalidade entre a Áustria e a Rússia (aliada da Sérvia) nos Bálcãs com a mobilização de tropas atraiu para o conflito seus respectivos aliados da Tríplice Aliança e da Tríplíce Entente.

Taticamente a guerra pode ser dividida em duas fases: a de movimento que corresponde à primeira e à última fase do conflito durante os anos de 1914 e 1918 respectivamente caracterizando-se pela rápida mobilização das tropas contra os inimigos. E a guerra de trincheiras, entre 1915 e o início de 1918,  marcada pelo relativo equilíbrio das forças em luta abrigadas em trincheiras e protegidas por arame farpado e ninhos de metralhadoras. O desgastante controle pelas posições provocou deserções em massa e gerou o protesto da população civil: greves operárias e manifestações dos socialistas pela paz.

A frota alemã foi danificada pelos ingleses em diversas
ocasiões tanto no mar do norte como no Atlântico e Pacífico
O ano de 1917 mudou o curso da guerra com a entrada dos Estados Unidos a favor da Entente e a saída da Rússia em razão do triunfo da Revolução Socialista.

Em março de 1918, os russos assinaram o Tratado de Brest-Litovsk, fazendo um acordo de paz com a Alemanha. Mesmo com o remanejando das tropas que combatiam no oriente, os aliados do Segundo Reich iam pouco a pouco capitulando. O Império Austro-Húngaro desintegrou-se com a independência dos povos a ele subjugados.

Ferdnand Foch
Completamente isolada, a Alemanha teve de enfrentar a ofensiva dos exércitos aliados, comandados pelo general Ferdnand Foch. Em 28 de setembro de 1918 os alemães foram derrotados já na fronteira com a França. O kaiser, acuado, procurou a mediação do presidente americano Woodrow Wilson, para a assinatura de um armistício. Os partidos socialistas, porém, catalisando a insatisfação da sociedade germânica, rebelaram-se, forçando a abdicação de Guilherme II, que fugiu para a Holanda. O Segundo Reich foi substituído pela República de Weimar que, em 11 de novembro de 1918, assinou sua rendição incondicional aos aliados.

A guerra provocou um crescente desequilíbrio entre a produção e o consumo ocasionando inflação empobrecimento da classe média e maior pressão dos operários sobre o governo. A paz imposta aos vencidos acentuou os antagonismos sem resolver a disputa imperialista. A Europa perdeu sua hegemonia sobre o mundo para novas potências: Estados Unidos e Japão. Essas crises provocaram instabilidade política e social levando muitos países a adotarem regimes totalitários o que acabaria culminando numa nova guerra mundial em 1939.

 O avanço de armas cada vez mais letais era linear e ininterrupto. Na impossibilidade de decidir rapidamente a luta, os exércitos entrincheirados protegidos por arame-farpado e metralhadoras empenharam-se ao máximo para conseguirem novos equipamentos e
armas como gases tóxicos, tanques de guerra e, pela primeira vez em combate, aviões.




FILMES RELACIONADOS COM O TEMA INDICADOS PELO ACERVO

Nada de Novo no Front (1930), dirigido por Lewis Milestone. Baseado no romance homônimo de Erich Maria Remarque, sobre adolescentes que morreram nos campos de batalha na Primeira Guerra Mundial.

Mata Hari (1931), dirigido por George Fitzmauricea. Durante a1ª Guerra Mundial uma espiã alemã, Mata Hari (Greta Garbo) faz-se passar por bailarina, no intuito de obter documentos das tropas russas. Existe uma outra versão do filme Mata Hari de 1985 com a atriz holandesa Sylvia Kristel.

A Grande Ilusão (1937), dirigido por Jean Renoir. A história de três pilotos franceses que, durante a Grande Guerra de 1914-1918, são capturados e acabam entrando em choque com um oficial alemão, comandante da unidade onde estão presos.

Sargellto York (1941), dirigido por Howard Hawks. Biografia de Alvin York, fazendeiro puritano, herói da Primeira Guerra, que fez 132 prisioneiros na França.

Uma Aventura na África (1951), dirigido por John Huston. Durante a Primeira Guerra, uma missionária é obrigada a fugir, atravessando o rio Congo no barco de um aventureiro mal humorado.

Glória Feita de Sangue (1957), dirigido por Stanley Kubrick. Drama baseado em fatos reais. Em 1916, no frollt francês, um general massacra seus homens num ataque inútil. Tentando encobrir a falha, ordena o fuzilamento de três soldados da tropa.

Os Meninos da Rua Paulo (Esta Rua é Nossa, 1968), dirigido por Zoltan Fabri. Baseado no romance de Ferenc Molnar. Em Budapeste, no começo do século, dois grupos de garotos lutam pela posse de um terreno baldio, numa miniguerra.

Johnny vai à Guerra (1971), dirigido por Dalton Trumbo. Baseado em novela do próprio Trumbo, mostra a agonia de um jovem mutilado de guerra.

Preto e Branco em Cores (1976), dirigido por Jean-Jacques Annaud. Na África, duas colônias - uma francesa, outra alemã fazem uma miniguerra pouco antes da Primeira Guerra Mundial.

Gallipoli (1981), dirigido por Peter Weir. A participação do exército australiano na Primeira Guerra, na Batalha de Gallipoli contra os turcos.

O Retomo do Soldado (1982), dirigido por Alan Bridges. Baseado em livro de Rebecca West, conta a volta para casa de um soldado da Primeira Guerra, traumatizado.

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