À medida que os burgueses, a partir do século XVIII, consolidavam cada vez mais seu poder econômico (com a Revolução Industrial) e seus valores intelectuais (com o Iluminismo), as instituições feudais do Antigo Regime da Era Moderna iam sendo superadas. Os avanços da burguesia levaram essa camada a revolucionar a estrutura vigente, pois só o domínio político poderia assegurar-lhe o poder, permitindo que ela dirigisse o Estado no sentido de atender a seus interesses. As revoluções burguesas repercutiram em todo o Ocidente, completando o processo a de transição do feudalismo para o capitalismo. Com elas inaugurou-se a Época Contemporânea, após a Revolução Francesa de 1789 o ter promovido a queda do modelo clássico do Absolutismo europeu.
Luís XVI: último rei da dinastia Bourbon |
A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII era estratificada em três ordens sociais: o Primeiro Estado (clero) e o Segundo Estado (nobreza) que perfaziam 4% da população e detinham todos os privilégios inclusive isenção completa de impostos, e o Terceiro Estado (povo em geral) de composição bastante diversificada sobre cujos membros recaíam todos os tipos de taxação.
Agricultura: abalada por crises climáticas técnicas rudimentares e baixa produtividade. Submetidos a taxações exorbitantes os trabalhadores viviam em tensão permanente. Indústria: permanência de corporações de ofício com produção insuficiente para atender ao mercado: indústrias domésticas de tecidos controladas por mercadores burgueses: manufaturas reais dedicadas a artigos de luxo e rigidamente controladas pelo governo mercantilista: e empresas particulares pouco numerosas dedicadas à siderurgia e tecelagem. Por depender das matérias-primas do campo a cada crise agrícola a indústria também se retraía. Comércio: a nível interno prejudicado pela permanência das alfândegas e a nível externo prejudicado pela perda de colônias que fez diminuir o fluxo de matérias-primas e manufaturados.
Maria Antonieta da Austria |
Marquês de La Fayette |
Robespierre: líder jacobino do Grande Terror |
O Partido Girondino (direita) representando a alta e média burguesia assumiu posições conservadoras procurando garantir suas propriedades e liberdade econômica. O Partido Jacobino (esquerda), representando a pequena burguesia e as camadas populares, caracterizou-se pela defesa de amplas reformas no país. O Pântano (centro) era politicamente indefinido apoiando ora girondinos ora jacobinos. Durante o governo jacobino foi decretado o tabelamento dos alimentos e dos salários. Algumas reformas pretenderam tornar equitativa a posse de terras e a cobrança de impostos.
Milhares de aristocratas e outros inimigos da Revolução foram guilhotinados durante o Reinado do Terror |
A real cabeça de Luis XVI rolou vulgarmente da guilhotina. Morto, a constituição de 1791 não tinha mais sentido. Não haveria mais rei a ser submetido a ela. Em abril de 1792 a direita patrocina a declaração de guerra à Áustria, apoiada pela corte, como uma possibilidade de volta ao poder. Austríacos e prussianos aliam-se e invadem a França, mas são derrotados pela participação das massas populares, chamadas de sans-culottes.
Sans-culottes |
O objetivo do Pântano foi liquidar com o regime do Terror e anular todas as reformas sociais implementadas pelo governo revolucionário. Os clubes jacobinos foram fechados, suspendeu-se o tabelamento de preços e salários e uma nova Constituição (1795) restabeleceu o voto censitário.
Após uma tentativa de golpe dos monarquistas (1795) instalou-se o governo do Diretório marcado por desmandos políticos e desastrosa situação econômica. Diante do caos que reinava no país os membros do Diretório começaram a preparar um golpe de Estado para liquidar a oposição tanto de esquerda como de direita.
O Golpe do 18 Brumário significou o fim da Revolução pois marcou a subida de Napoleão Bonaparte ao poder com apoio do exército e da alta burguesia para instalar um governo forte e centralizado decisivamente afastado da classe trabalhadora.
FILMES RELACIONADOS COM O TEMA INDICADOS PELO ACERVO
A Queda da Bastilha (1935), dirigido por Iack Conway. Durante a Revolução Francesa dois homens apaixonam-se pela mesma mulher. Um deles sacrificase por ela, indo em seu lugar para a guilhotina.
Maria Antonieta (1938), dirigido por Woodbridge S. Van Dyke. Filme sobre um episódio da vida da rainha francesa: o "caso do colar de diamantes". Ao oferecer a jóia ao amante austríaco, Maria Antonieta teria desencadeado a Revolução I Francesa.
Marat-Sade (1967), dirigido por Peter Brook. Os internos do hospício de Clarendon', liderados pelo Marquês de Sade, encenam o assassinato de Marat.
A História de Duas Cidades (1980), dirigido por lim Goddard. Versão do livro Um Conto de Duas Cidades, de Charles Dickens, sobre a Revolução Francesa.
Casanova e a Revolução (1982), dirigido por Ettore Scola. Um grupo de aristocratas segue o Rei Luís XVI em sua fuga para Varennes, a fim de escapar da revolução.
Danton, o Processo da Revolução (1982), dirigido por Andrzej Wajda. Os embates entre o líder popular Danton e Robespierre, durante o período do Terror.
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